Júlio Pomar - Sem Título - Serigrafia 122/200 - 70x50cm (mancha: 40x35cm)
Nota: margens brancas com manchas
Júlio Pomar
Nasceu em Lisboa, em 1926. Aos 8 anos um escultor amigo da família leva-o a frequentar como aluno livre as suas aulas de desenho na, então, Escola de Arte Aplicada António Arroio. Na adolescência frequenta esta escola, onde se prepara para ingressar na Escola de Belas Artes de Lisboa, na qual é admitido em 1942. A sua permanência nesta escola é relativamente curta, ao fim de dois anos de frequência abandona-a. Em 1944 Pomar transfere-se para a Escola de Belas Artes do Porto.
Instala-se definitivamente na capital francesa a partir de 1963 e será bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1964 e 1966. Os temas que pinta vão desde a relação com a literatura, a tradição popular (da apanha do sargaço às tauromaquias) e os acontecimentos da época, como o maio de 68, bem como um diálogo com mestres do passado (Uccello, Ingres, Courbet, van Eyck, Matisse), cruzado com o erotismo que dominará a sua obra nos anos 70. Já com experiências prévias em escultura, realiza várias assemblages em 1967, técnica a que voltará nos anos 70. As características da tinta acrílica, que começa a usar no final da década de sessenta, alterarão novamente a sua pintura, onde predominarão cores primárias e a tinta aplicada em bloco, sem gradações ou transparências. Fará também várias incursões pela colagem, comentando Matisse com pedaços de tela cortada e pintada mas também outros materiais, como pelo e papel. Em 1974 é um dos 48 artistas que participam na pintura do mural do 10 de Junho, manifestação de arte coletiva para comemorar a recente revolução de abril.